Na estatística de 1850-1851 da Colônia Itajaí-Grande, da qual na época Ilhota fez parte e que incluía também Gaspar e Blumenau, apareceram os nomes dos irmãos Gustave e Auguste Lebon com produção de de 92 barricas de açúcar e 1200 medidas de aguardente.
- A barrica de açúcar, usada em Limeira, em 1875, na área da então Colônia Brusque, no Vale do Itajaí-Mirim, Santa Catarina, tinha capacidade para 120 Kg.
Sobre Gustavo é indicado que era casado com uma filha e tinha 15 vacas e 2 bois.
Lebon Gustave Louis viajou com seu irmão Lebon Auguste, em agosto de 1844, com o barco Jan Van Eyk, de Ostende, Bélgica rumo à Santa Catarina, Brasil, junto com mais de cem outros migrantes belgas. Era filho de Luiz José Lebon e de Theresa Josefa Matheur, moradores em Binche, Província de Hainaut, na Bélgica, onde ele nasceu no dia 14 de outubro de 1817.
Estava junto com Charles Van Lede, Van Derrton e H. Telghuis, no hotel Pharoux no Rio de Janeiro no dia 17 de maio de 1845. (Ficker, p. 21)
Em setembro de 1847, o diretor interino da Colônia, Joseph Philipe Fontaine, abandonou a colônia e voltou definitivamente para a Bélgica. Antes de partir, Fontaine entregou a direção da Colônia nas mãos de Gustave Lebon. (Ficker, p. 27 + Maes p. 74)
Assinou, junto com outros colonos belgas, o documento elaborado pelo diretor da Colônia, Joseph Philippe Fontaine em 1847, que comprava o recebimento dos mantimentos e alimentos necessários para subsistência dos mesmos como acordava o contrato. (Maes p. 60-61 + 74-75)
A parte marcada B na planta desenhada em 17.07.1847 por agrimensor Henrique Devrecker, é explorada por Sr. Gustave Lebon como representante autorizado de Sr. Hypolite Van [der] Heyde[n]. A parte marcada A encontra-se explorada por Sr. Gustave Lebon em pessoa. (Ficker, p. 38)
O "Relatório de 1850, do Ministério dos Negócios Estrangeiros ao presidente da província do Rio de Janeiro" contem uma copia da carta que G. Le bom escreveu ao Sr. Lannoy, Encarregado de Negócios da Bélgica, com data 20 de dezembro de 1849. Tratando-se de ameaças realizadas por José Henrique Flôres, proprietário de terras em Itajaí, que este colono belga recebeu.
"Com dois homens, duas crianças, Ranwez, meu irmão e eu fabricado 70 barricas d'assucar e 12 pipas d'aguardente, quando Flores com 25 negros não fez mais do que 80 barricas de assucar, e 4 pipas d'aguardente. Todos os meus productos são mui superiores ao seu, que são pouco procurados, e os meus tem huma facil sahida. Tenho para o anno que vem cannas de assucar para fabricar inda maior porção."
Aos 14 de abril de 1851, nasceu sua filha Luiza, (faleceu no Rio de Janeiro em 29.5.1916) batizada na freguesia de N. Sra. da Conceição de Itajaí pelo Rev. Vigário Francisco Hernandez, aos trés de maio de 1852. Gustave era cassado com Camila Leodária Mure, filha legitima de Dr. Benoit Joseph Mure, o autor da Colônia Industrial do Saí, e de sua mulher Úrsula Eugenia Lalhiniavo.
O segundo filho Eduardo foi batizado aos 11-12-1853, em São Francisco do Sul. Ele é provavelmente Eduardo Luiz Lebon, despachante matriculado na Mesa de Rendas de S. Francisco do Sul e, depois, escrivão da Coletoria e procurador da Sociedade Colonizadora de Hamburgo, radicado em Pelotas, a partir de 1874. (baseado em "GUSTAVE LUIZ LEBON" por Antônio Roberto Nascimento - http://oaji.net/...pdf)
O marineiro belga Émile Sinkel, no seu livro "Ma vie de marin" que relata suas viagens, menciona na p. 138 que Lebon havia morando em São Tomé e que o compatriota fiz comercio com um pequeno barco que ele mesmo dirigiu até Rio. (1855).
Em 1857 Gustave Louis Lebon se naturalizou brasileiro.
Na falta de estradas até a costa, faziam comércio com uma escuna de Lebon pelo Rio Itajaí até a foz. (1858)
Gustave Lebon afastou-se da direção da colônia para constituir família em Ribeirão da Corda (atual Araquari). Outra fonte menciona que com o fracasso da Colônia Belga Ilhota, mudou-se para a Colônia francesa do Saí (São Francisco). Esta colônia também fracassou. Lebon abandonou-a, fixando residência em São Francisco.
Em 1867, foi nomeado Escrivão de Rendas de S. Francisco, em substituição a Anacleto Ladislau Ribeiro que foi para Joinville exercer o cargo de Coletor de Rendas. Antes disso, exerceu a função de Adjunto do Pra-notar Público e de escrevente da Coletoria de Rendas Provinciais, tendo patente de Capitão da Guarda Nacional. Militava no Partido Liberal, chefiado, em S. Francisco do Sul. Gustave Lebon faleceu em São Francisco do Sul, aos 11 de novembro de 1876, quando era agente e despachante da Colônia D. Francisca.
Dos netos de Gustave Lebon destacam-se no cenário político:
- a neta Corina Lebon Régis (Itajaí 14.4.1882 - 30.9.1946), filha de Alexandre Justino Régis e Luiza Lebon Régis, que casou-se com Marcos Konder (°1.1.1882), filho mais velho do imigrante alemão Marcos Konder Sênior casado com a Adelaide (filha do Coronel José Henrique Flôres, que vendeu terras para Van Lede, e era ainda donatário de muitas terras). Marcos Konder ergue com seu genro Alois Fleischmann a Usina Adelaide.
- o neto Coronel Gustavo Lebon Régis (18.2.1874 - 19.4.1930), militar e político catarinense (Deputado Estadual 1904 - Prefeito de Florianópolis 1908 - Secretário Geral do Estado 1911-1915, Deputado Federal 1915)
(fonte: Ilhota: o encanto dos belgas no Vale do Grande Rio, p. 61-62)