No dia 2 de outubro de 1920, acompanhados do presidente da república Epitácio Pessoa, e apos ter percorridos 605 km, os reis belgas desembarcaram na Praça da Estação, em Belo Horizonte. A viagem ocorreu em vagões fabricados especialmente para os ilustres turistas. Foram recebidos por Arthur da Silva Bernardes, governador de Minas Gerais. Muitos belo-horizontinos foram à estação de trem ver de perto e, pela primeira vez, representantes de uma realeza. De lá, o casal real seguiu em um cortejo de 15 carros para o Palácio da Liberdade, também minuciosamente adaptado para agradar aos reis.
O palácio era a residência oficial do governador. Por causa da visita do rei Alberto e da rainha Elizabeth ganhoua uma grande reforma que o deixaria "à altura dos hóspedes ilustres", que pernoitariam ali entre os dias dois e quatro de outubro daquele ano. A decoração do prédio foi refeita predominando, desde então, o gosto pelo estilo Luís XVI. Em todas as salas e salões, exceto no de honra, as paredes foram decoradas em telas fixas quase todas representando aspectos históricos e a paisagem mineira.
A praça da Liberdade também passou por reformas, com os jardins seguindo o padrão francês, com plantas baixas e muitas flores, como as roseiras "mil maravilhas", famosas pela floração intensa, formando verdadeiros buquês de rosas. Assim como os edifícios públicos do seu entorno e da avenida João Pinheiro, foi toda decorada, ficando com seus canteiros "bordejados por milhares de lâmpadas coloridas", segundo registrou Octávio Penna em seu livro "Notas Cronológicas de Belo Horizonte - 1711 a 1930".
O reis almoçaram no palácio. Receberam diversas autoridades e depois, em companhia de Epitácio Pessoa e sua esposa, foram visitar às 16 horas o Conselho Deliberativo e o Tribunal da Relação.
Na Praça da Liberdade, alunos de escolas públicas cantaram o hino belga. Foi noticiado que o rei havia recebido o título de “Cidadão Carioca”.
Em agradecimento à boa recepção que tiveram, os reis presentearam o político mineiro Artur Bernardes com um casal de cisnes negros. Essa atitude agradou ao presidente do estado, e se tornou uma tradição, já que os governadores que o sucederam mantiveram a presença dessa espécie de ave no lago, nos fundos do palácio, até hoje.