Hostin, Hostijn, Hostyns, Hostins, Augustin, Agostinho, Austin, Ostyn.
Na estatística de 1850-1851 da Colônia Itajaí-Grande, da qual na época Ilhota fez parte e que incluía também Gaspar e Blumenau, apareceu o nome de Hostin Louis, casado, 1 filho e 1 filha ou 4 pessoas na família. A atividade do seu estabelecimento era a elaboração de mandioca e cana. Ele tinha 1 engenho de cana, 4 vacas e 4 bois.
Hostyn Louis, solteiro, viajou com seu irmão Hostyn Felix em 1846 com o barco Adèle, de Antuérpia, Bélgica rumo à Santa Catarina, Brasil, com outros migrantes belgas.
Assinou, junto com outros colonos belgas, o documento elaborado pelo diretor da Colônia, Joseph Philippe Fontaine em 1847, que comprava o recebimento dos mantimentos e alimentos necessários para subsistência dos mesmos como acordava o contrato. (Fonte Paulo Rogerio Maes p. 60-61 + 74-75)
Casou-se no Brasil, em Itajaí-SC, com Marie Christine De Vreese. Baseado em informações de Gustavo Henrique de Almeida Pedroso.
Ele faleceu no dia 13 de maio de 1867. Na margem do registro do seu óbito está escrita "Morreu pela explosão d'um vaz de pólvora que destruiu a casa". Alguns meses depois, no dia 9 de setembro de 1867 faleceu seu filho Agosto com apenas 8 anos. Provavelmente, vitimo do mesmo acidente. Se houve acidente e não foi um atentado. Pois no dia 22 de fevereiro de 1867, Luiz escreveu uma carta ao Senhor Consul da Bélgica residente em Santa Catarina, pedindo proteção e as providências necessárias contra uma pessoa que intrusiou seus terrenos.
Ilustríssimo Senhor Consul da Bélgica
Itajaí 22 de fevereiro de 1867
Tenho a honra de participar a V.S. para me fazer a justiça, que costuma fazer sempre para com seus súbditos, pois sendo colono do Cavalheiro Van Lede, e tendo este me entregado uma data de terras demarcadas, acontece que agora apresenta-se la em meus cultivados um intruso, que não é colono, roçando e estragando meus arvoredos ocorrendo mais que eu fui um dos colonos que cumpri com o trato, e nada devo nem me foi pedido e portanto espero na alta proteção de V.S. que dará as providencias que julgar necessárias a tal respeito, Acolhendo esse intruso para não continuar a trabalhar nos ditos terrenos, pois eu sou casado e tenho numeras a família para sustentar e estou esperando as providencias pedidas, o indivíduo chama-se Antº de [Cleiti].
De V.ª S.ª att.º [V. das e C.]
Luiz Hostin.
(Transcrição da carta por Scheila Marques Petri, descendente do Louis Hostyn. Em [ ] as palavras illegíveis. Depois da transcrição foram feitas correções de português e nomes. O original da carta encontra-se no arquivo municipal da cidade de Bruges, Bélgica.)
A descoberta para Sra. Brigitte Brandenburg, que se dedicava à pesquisa e divulgação de notícias dos periódicos em alemão disponíveis no AHJ (arquivo histórico de Joinville), de uma notícia na Kolonie Zeitung, pg. 99 - 22/06/1867- nr. 27 - ano 5, deixa clara que foi um acidente:
Na noite do dia 21 de maio (1867) uma casa explodiu na Colonia Belga do Itajaí grande, a qual abrigava um comércio pertencente ao belga Luis Austin. O próprio Austin, proprietário, iniciou essa enorme imprudência ao acender o seu cachimbo sobre uma barrica aberta de pólvora. Uma centelha inflamou a pólvora e sua explosão destruiu toda a casa. Oito pessoas ficaram mais ou menos gravemente feridas; Austin, entre todos estes, foi o que teve o pior destino; ele foi totalmente queimado e faleceu poucas horas após. A sua esposa correu para o seu filho (criança) doente, cuja cama já estava em chamas; ela conseguiu salvá-lo, mas foi ferida principalmente na cabeça por caibros que desabaram, enquanto a criança sofreu apenas queimaduras leves. Todos os demais presentes sofreram queimaduras mais ou menos graves, também devido às barricas de aguardente que se romperam com a explosão, tendo o líquido contribuído para o alastramento e aumento do poder das chamas. O fogo e o desabamento dos caibros já seriam suficientes para acabar com a vida de todos na casa; mas a mão piedosa de Deus esteve presente para proteger a vida das pessoas, e aqueles que aceitaram receber os devidos cuidados médicos estão se restabelecendo francamente; no entanto, um deles, que tinha mais confiança em curandeirismo (o brasileiro Joaquim Lopes), faleceu. O belga Maeben foi atirado para fora da casa e sofreu grande ferimento na cabeça, embora não sofra o risco de perder a vida. A construção, com todos os seus utensílios, foi totalmente destruída pelas chamas, mas a casa de morada anexa foi parcialmente poupada.
Repare que o sobrenome Hostyn foi escrito como Austin. Observação da Scheyla: a matéria fala que o acidente aconteceu no dia 21 de maio e a certidão de óbito está como dia 13 de maio.
Os Maes tinham uma relação muito forte com os Hostyn. Louis e Felix tinham uma filha chamada Rosa e essas Rosas se casaram com um Maes. Ou nas palavras de um descendente Hostin:
os imigrantes belgas da família Maes ao chegarem no Vale do Itajaí, se encantaram com a natureza, e dois deles se apaixonaram pelas rosas da espécie Hostyn
Rosa Hostyn (1861 – 1900), filha de Louis Hostin, casou-se com Isidoro Maes (1857 Itajaí - 1940), neto de Eugene Maes.
Dom Daniel Henrique Hostin, neto de Louis Hostin, nascido Henrique Paulo Hostin O.F.M. (Gaspar, 2 de abril de 1890 — Lages, 17 de novembro de 1973), foi um bispo católico brasileiro. Na Praça João Ribeiro em Lages encontra-se um busto de homenagem a ele, o primeiro bispo Diocesano em Lages.
A neta Lydia Hostin, filha de Luis Hostins junior casada com Maria Van der Gocht, casou-se em Gaspar, SC, no dia 28 de maio de 1904, com Alidorus De Sutter, filho do imigrante belga Henri De Sutter.