Em 30 de maio de 1846 Pierre Van Loo da cidade de Gant acumulada de um capital de 10.000 francos, contratou 16 trabalhadores rurais e agricultores, e embarcou no navio belga "l'Adèle" saindo do porto de Antuérpia para o Brasil.
Estabeleceu-se com os seus colonos em anexo a colônia de Van Lede em fins de 1846. Segundo o seu relatório, os colonos belgas se achavam em estado miserável e passando fome. "Os demais colonos trabalham nas plantações dos brasileiros que já se achavam estabelicidos neste local, antes da vinda dos belgas, em desobediência oa contrato firmado com Van Lede". (Ficker, p. 25-26)
A parta de planta (17.7.1847) marcada C foi separada por Sr. Pierre Van Loo que está atualmente ausente e que se encontra ocupada somente por um dos seus colonos de nome Leo De Coninck e sua família, assinalado com N° 3 bis. (Ficker, p. 38)
Foi provavelmente consûl Sheridan quem incitou Pierre Van Loo, filho de um respeitado negociante de Gandt, a investir sua herança de 10.000 francos num projeto com 16 colonos. Contratados em cartório, eram em maioria agricultores da região de Wingene, mas também alguns valões, dois operários, um ferreiro e um aluno de farmácia. (capítulo "Os ‘flamengos' do Brasil colonial" de Eddy Stols no livro "Brasil e Bélgica: Cinco Séculos de Conexões e Interações")
Uma carta extensa de 4 páginas enviada por Desterro, datada de 5 de agosto de 1846, da sua autoria é guardada no Arquivo do Ministério das Relações Exteriores em Bruxelas, Bélgica.
Escreveu Van Loo:
Em nossa chegada, encontramos a colônia em muito mau estado. Os senhores Vanderheyden, Lebon e Fontaine partiram em uma debandada. A maioria dos colonos belgas havia se comprometida com fazendeiros brasileiros que os haviam estimulado a esse ato de insubordinação, envolvendo-os com belas promessas que não cumprirão. Aqui está a causa do infortúnio deles. Há aqui um grupo poderoso formado por, entre outros, senadores e representantes chefiados pelo presidente da província e pelo juiz de direito e chefe de polícia. Este grupo antiestrangeiro possuiu em concessão grande parte do litoral baseado na exploração de famílias alemãs pobres que, depois de terem desmatado e cultivado uma grande extensão de terra, de repente viram-se despejados pela aparição de uma carta velha de propriedade.
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Se tivéssemos um apoio sincero e rigoroso, a Bélgica, com sua abundância de pessoas e produtos, poderia encontrar aqui uma saída considerável para ambos.
(Carta original em francês, tradução Marc Storms)