Às 10:30, o presidente Epitácio Pessoa e sua esposa, acompanhados de outras autoridades, chegaram ao Palácio da Guanabara, onde foram recebidos pelo casal real belga.
Meia hora depois, o cortejo real partiu para a praça Mauá, passando pela rua Paissandu, e pelas avenidas Beira-Mar e Rio Branco. Foram aclamados por todo o trajeto, que contava com tropas de terra e de mar, sob o comando do general Luiz Barbedo.
No cais Mauá, foram recebidos por várias autoridades. Embarcaram com o príncipe Leopoldo, com Epitácio Pessoa e sua esposa, e com mais algumas autoridades e membros de sua comitiva no galeão Dom João VI em direção ao encouraçado São Paulo. Demais membros da comitiva embarcaram na lancha Olga.
Os soberanos foram recebidos no navio São Paulo pelo comandante Gomensoro e por toda a oficialidade. Foram para o salão de honra do navio, onde houve os últimos cumprimentos e a despedida.
Às 14 h, o encouraçado teve suas âncoras suspensas e iniciou a viagem de volta dos reis belgas.
O barco os levaria em dez dias a Dakar (Senegal) e em seguida a Lisboa. Lá o rei voltou imediatamente para a Bélgica, por trem até Tours, depois de avião até Bruxelas. Uma crise governamental eclodiu, neste meio-tempo, na Bélgica, e requeria a sua volta com urgência. A rainha e o príncipe Leopold continuaram sua viagem no São Paulo e desembarcaram no porto de Le Havre, segunda uma fonte, Dunkerque, segunda outra. Eles chegaram a Bruxelas em 5 de novembro.
Da sua viagem, os reis trouxeram muitas lembranças e presentes, especialmente um aparelho de café oferecido por Antonio M. Alves de Lima, de São Paulo, uma mala fabricada com madeira brasileira, oferecidada pelo engenheiro FP Ramos de Azevedo, antigo estudante da Universidade de Gent, contendo álbuns de fotos cujas folhas eram de diferentes madeiras brasileiras, uma coleção de moedas brasileiras, um cofre com pedras preciosas etc. E inúmeras fotos tiradas pela rainha ou de outras pessoas.
E para os brasileiros foram editados diverso livros e álbuns com esse acima "Álbum da cidade do Rio de Janeiro: Homenagem à visita do S.M. O Rei Alberto I ao Brasil 1920" (Estabelecimento Graphico Pimenta de Mello & C. - 105 PP.)
Segundo Gustaaf Janssens, arquivista do Palácio Real de Bruxelas, a viagem do rei Alberto e da rainha Elisabeth ao Brasil foi a base de melhores contatos comerciais entre Bélgica e Brasil. Para o presidente Pessoa, a visita do casal real constituiu um empurrão político, o que não impediu que a oposição, que já havia manifestado antes da chegada do rei, retomasse suas reivindicações já no final de 1920.
Livro "Visita da família real belga ao Brasil, 1920. - São Paulo: FAAP, 2010."