A Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, fundada em 18 de março de 1872, teve quase 2000 quilômetros de linhas. Ela serviu aos estados de São Paulo e Minas Gerais até 1971, quando foi incorporada à Fepasa - Ferrovia Paulista S.A.
O primeiro trecho da Mogiana foi inaugurado em 3 de maio de 1875, ligando Campinas à Jaguariúna, na época Jaguary. Em 27 de agosto do mesmo ano a linha chegava à Mogi Mirim e em 15 de novembro era inaugurado o ramal entre Jaguariúna e Amparo.
O último trecho foi inaugurado em 1921, quando os trilhos da CM chegaram em Passos no estado de Minas Gerais.
Inicialmente denominada Companhia Mogyana de Estradas de Ferro e Navegação, teve seus primeiros 50 anos, marcados pela expansão de suas linhas ou tentativas de fusão com a Companhia Paulista.Em 1936, cria a Companhia Mogiana de Transportes, mais tarde Rodoviário da Cia. Mogiana. A segunda metade de sua vida é marcada pela crise financeira que culmina com a sua encampação pelo Governo do Estado de São Paulo, em 1952, na Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa).
Dos 2.000 km de linhas que possuia em 1922, em 1970 restaram apenas 1.500 km, sendo que vários ramais foram desativados entre 1956 à 1970.
A Fepasa, privatizada em fins de 1998, não consegue manter os níveis de serviços prestados, principalmente no transporte de passageiros, provocando a total extinção dessa modalidade.
Os relatórios da Companhia Mogyane dos anos 1894 até 1898 relatam no quadro geral dos carros existens, 4 carros mixtos (primeira e segunda classe) de procedencia "Dyle Bacalan (Bélgica)" com peso morto 11.000 kg e lotação de 42 passageiros com 8 rodas de bitola 1,00 m.
O "Relatório da Directoria da Companhia Mogyana para a Assembleia Geral de Accionistas no dia 28 de junho de 1928" contem um quadro dos "Carres existentes em 31/12/1927". De bitola de 1,00 m, encontramos 01 vagão diretoria, providência Dyle et Bacalan; (tara de 20.400 kg e lotação de 22 passageiros); e da mesma empresa belga também 01 vagão restaurante (21.000 kg) e 01 vagão dormitório (23.500 kg - 5 leitos).
O mesmo relatório de 1928 informa (p. 75) que foram recebidos, montados pela Companhia Paulista de Material Ferroviário, 100 vagões cobertos de 25 toneladas de lotação, dos fabricantes belgas Dyle et Bacalan e 167 vagões de 30 toneladas construidos pela Compagnie Centrale de Construction [de Haine-Saint-Pierre]. A página 83 dá mais informações. Os 167 vagões cobertos fazem parte de uma encomenda de 200 vagões; as despesas feitas em 1927 montam a 4.564:247$260. Os vagões foram montados nas oficinas de Osasco da Companhia Paulista de Material Ferroviário. Os vagões da Dyle et Bacalan foram fornecidos por Soares de Sampaio Cias. 70 foram completamente montados pela Companhia Paulista de Material Ferroviário e 30 tiveram a parte metálica lá montada e nas oficinas da Companhia, em Campinas, a parte de madeira. A despesa total com a aquisição desses 100 vagões montou a 1.537:879$410.
Fonte: http://www.cmef.com.br/