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Vidros na Palacete Rosa em Salvador

Location: 
Rua Borges dos Reis, 2, Salvador - Bahia
Tipologia: 

Muitos casarões antigos no bairro Rio Vermelho em Salvador foram descaraterizados, ou, pior ainda, demolidas para dar lugar a projetos mais modernos. Felizmente alguns ficam em pé, entre eles a Palacete Rosa na Praça Colombo.

O livro sobre o bairro escrito por Ubaldo Marques Porto Filho que residiu no bairro, publicado pela Associação dos Moradores em 1991, comenta apenas três imóveis no capítulo sobre “O patrimônio arquitetônico”: O primeiro com o número 1 é chamado no livro de “Casa Branca”, que contem 16 quartos e é chamado no texto de palacete. Ele contem belas janelas com vidros coloridos, e está próximo ao mar. O segundo, o “Palacete Odilon Santos”, com o número 3, também está próximo ao mar e foi bastante descaracterizado. O terceiro, a “Casa de Zozó Maia”, é descrito como “Casarão azul” e está entre duas ruas com janelas góticas em madeira e já foi até utilizado como churrascaria.

Palacete Rosa Rio Vermelho Salvador

O construtor da "Casa Branca", na Praça Colombo, com número 1, Artur Palácio, foi um homem muito rico e de intensa vida social. Por isso teria mandado fazer uma mansão apropriada para saraus: 16 quartos, dois vastos salões e salas para orquestra, jogos, etc. Mas toda a badalação acabou quando, na década de trinta, o palacete foi adquirido pelo comerciante José Nasser Borges, casado com Zarif, uma mulher muito bonita. Sem filhos praticamente vivendo solitários os dois habitaram o casarão até maio de 1962, quando Zé Borges faleceu e ela o acompanhou um mês após. O único herdeiro, um sobrinho residente no Líbano, veio a Salvador e vendeu o imóvel com o valioso mobiliário. A suntuosa casa foi comprada por um espanhol que a alugou para a instalação de um restaurante, o Casablanca, de efêmera duração. Em 1967, o palacete, um dos mais belos de toda o bairro, passou a pertencer ao médico Mário Augusto Castro Lima, ex-ministro da Saúde, que aí fixou residência.  

No fim do ano 2010, a casa foi colocada a venda. O site Bahia IG, a chama "Palacete Rosa", por ser rosa a cor com qual foi pintada na época, e informa:  A fachada do palacete, em estilo neoclássico, chama a atenção pelos vitrais belgas coloridos e pelos jarros e estatuetas em faiança portuguesa no alto, todas as peças assinadas por fabricantes europeus. Os jardins laterais têm paisagismo em tons rosa. A residência sempre foi preservada da curiosidade geral, e apenas uma vez os salões internos foram mostrados em reportagem da revista Caras.

As imagens disponíveis no Street View de Google, capatadas em junho de 2017, mostram que a casa está no processo de reforma. Esperamos que a palacete vai ser restaurada conforme "the state of the art" e preservados os vitrais belgas. É a unica notificação que nos achamos até hoje de uso de vidro belga na Bahia. Isto contraste com a presença abundante de uso deste material em, por exemplo, o Estado de São Paulo. Todas as descrições de uso de vidro belga no Brasil podem ser descobertas clicando neste link

Texto: Marc Storms

Pesquisa: Prof. Pedro Vasconcelos 

Fontes:

PORTO Filho, Ubaldo Marques. Rio Vermelho. Salvador: AMARV, 1991, p. 66.

http://bahia.ig.com.br/2010/11/27/boa-terra-27-11-2010-07-11-55 

Fotohttps://blogdoriovermelho.blogspot.com/2010/12/casarao-venda.html