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Vitrais no prédio do antigo Conselho Deliberativo (Belo Horizonte)
Bem no centro de Belo Horizonte existe um pequeno e lindo castelo de vidraças coloridas. Quando o sol bate, a esquina da rua da Bahia com a avenida Augusto de Lima fica toda enfeitada de tons amarelos, verdes, azuis e vermelhos. Pode parecer uma igreja, porque a construção assinada pelo arquiteto Francisco Izidro Monteiro é grandiosa e delicada em seu estilo Manuelino.
Lá dentro observa-se melhor a escolha de madeiras nobres, o pé-direito de sete metros e a escada antiga feita de encaixes. Os vitrais belgas, que chamam a atenção dos passantes, ficam mais bonitos, quando são vistos de dentro. Como construtor, estive sob a responsabilidade do belga Jean Marie Joseph Verdussen a construção do prédio. Será que foi o próprio Verdussen quem importou estes vidros?
O prédio foi inaugurado no dia 6 de setembro de 1914 e, em seus mais de cem anos de existência, sediou importantes instituições histórico-culturais de Belo Horizonte, como o Conselho Deliberativo da Capital, depois denominado Câmara Municipal, a Biblioteca Municipal, a primeira rádio da cidade (PRC-7, Rádio Mineira), a Escola de Arquitetura da UFMG, o Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães e o Museu da Força Expedicionária Brasileira.
O edifício é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA- MG) e pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte e, desde 1997, no âmbito das comemorações do Centenário de Belo Horizonte, abriga o Centro de Cultura Belo Horizonte. Referência na paisagem de Belo Horizonte, considera-se princípio fundamental de todas as ações hoje desenvolvidas em suas dependências, a preservação dos seus elementos construtivos, bem como a divulgação deste bem cultural da cidade.
No prédio funciona hoje, o Centro de Referência da Moda que tem como um dos seus objetivos mobilizar o mundo da moda em BH.
Fonte:
- Dicionário biográfico de construtores e artistas de Belo Horizonte ; 1894-1940 / Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. – Belo Horizonte : IEPHA/MG, 1997. veja p. 236