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Verdussen, Jean Maria Joseph (1865 - 1927)
O Belga Jean Maria Joseph (José) Verdussen nasceu em Louvain (Bélgica) em 24/04/1865 e faleceu no Rio de Janeiro em 26/08/1927. Ele era construtor, desenhista e projetista e também Consul da Bélgica em Belo Horizonte.
Era casada com Marie Julien Houberson (14/4/1868 Eernegem - 22/2/1940 Rio de Janeiro) e o casal tinha 06 filhos: Maurice Leopold Verdussen (Juiz de Fora 29/05/1892 - Rio de Janeiro 1948), Louise Adile Edgard Verdussen (Belo Horizonte 14/05/1894 - Rio de Janeiro), Suzanne Clotilde Joseph Verdussen (Belo Horizonte 15/02/1896 - Lins SP), Leopoldo Eléonore Eugéne Verdussen (Belo Horizonte 22/09/1897 - Campos do Jordão SP), Alice Leonard Verdussen (Belo Horizonte 01/02/1899 - Rio de Janeiro 28/05/1968) e Leonie Josephine Réné Verdussen (Belo Horizonte 10/05/1903 - Rio de Janeiro).
A comissão construtora (da novo capital em Belo Horizonte) instalada na região em março de 1894, nomeou em junho 1894 Verdussen como desenhista de 1ª classe de arquitetura.
O projeto da Estação de Minas, inaugurada em 1895, foi criado sob orientação do arquiteto José de Magalhães e contando com a participação dos arquitetos e desenhistas Edgar Nascentes Coelho e José Verdussen. Esta estação aonde chegam os reis belgas em 1920 foi demolida logo depois. Em 1922, foi inaugurado um novo prédio que substituiu o original.
No ano 1897, em sociedade com Joseph de Jaegher, fundou a empresa Verdussen & Cia (Belo Horizonte, Minas Gerais), destinada à venda de materiais de construção. Em Rio de Janeiro existiu a “Verdussen & Cia” de qual Ottoni Almada era sócio, r. Gonçalves Dias 83.
Verdussen construiu em Belo Horizonte, em parceria com José Piffer, o edifício da antiga Escola de Direito. Foram de sua responsabilidade também as obras do Teatro Municipal (1906/1907, demolido - Só resta uma placa comemorativa na Praça Prof. Alberto Deodato) e do antigo Conselho Deliberativo, projetado por Francisco Izidro Monteiro e atual Centro de Referência da Moda.
Foi autor do primeiro projeto para o Colégio Santa Maria (1909-1913) e da antiga Delegacia Fiscal (1922; demolida).
O imponente coroamento do Palácio da Justiça Rodrigues Campos era proporcionado por uma cúpula metálica de planta retangular revestida por telhas escamadas e óculos ovais, profusamente decorada por compoteiras, volutas, cartelas, leão, grifos, guirlandas e outros elementos fitomorfos. O belga José Verdussen desenhou o projeto da cúpula (cerca 1911). Infelizmente, em 1949, a cúpula metálica foi substituída por uma inexpressiva calota de concreto.
Sabe-se que foi um dos defensores da construção do Teatro Politeama (1899), idealizado pela Comissão Construtora da Nova Capital. Previsto para ser construído na praça Rio Branco, foi transferido para a rua da Bahia entre a avenida Afonso Pena e a rua Goias e, por fim, para a avenida Augusto de Lima, em frente à Imprensa Oficial. Seu projeto havia sido iniciado por Franscico Soucasaux e concluído por José Grossi e José Verdussen.
Publicou, com a colaboração do cel. Júlio César da Cunha Pinto Coelho, um atlas universal e do Brasil, adotado nas escolas de Minas Gerais. Foi cônsul da Bélgica.
Jean Maria Joseph Verdussen é o único Belga dentro a lista dos “Profissionais com matrícula na Diretoria de Obras Públicas de Belo Horizonte entre 1901 e 1905”. O seu nome aparece no "Almanack da Cidade de Minas 1900" organizado por Joaquim Rames de Lima (Imprensa Official do Estado de Minas Gerais) na p. 105 com vendedor de cimento e endereço na Rua dos Tupys.
No livro de registro de matrículas com os nomes de 138 belgas residentes em Belo Horizonte entre os anos de 1898 e 1968, consta, o nome de Jean Maria Joseph Verdussen, negociante, nascido em Louvain em 24 de abril de 1865, casado, filho de Joseph François Verdussen, residente na Cidade de Minas, onde chegou no dia 3 de março de 1894 (teve residência anterior em Sabará, Minas Gerais).
A partir de 1909, assina como Cônsul belga, Jean Maria Joseph Verdussen. Isabella Carvalho de Menezes do Centro de Memória da Fundação ArcelorMittal Brasil, Sabará (MG), aonde são guardados os livros de registros, encontrou assinaturas desse senhor até o ano de 1911. Há uma lacuna (ausência de registros) na documentação até o ano de 1920, quando aparece assinando como "Gérant du Consulat de Belgique à Bello Horizonte", Pierre Joseph Delville.
O nome de Verdussen aparece no Almanak Laemmert, denominado Almanak administrativo, mercantil, e industrial do Rio de Janeiro, 68° Anno (1911) p. 667 como Cônsul da Bélgica em Bello Horizonte e em 1918 p. 902 como Cônsul honorário.
Constam, nos livros de registros, o nome de dois irmãos : Eugène Victor Verdussen, sem profissão, nascido em 1871, solteiro, que chegou na Cidade de Minas em 1896, proveniente do Congo e Jean Baptista Ghislain (Jules) Verdussen, sem profissão, nascido em 1875, solteiro, que chegou na Cidade de Minas em 1897, com residência anterior: "Anvers".
Fontes :
- email de Isabella Carvalho de Menezes do Centro de Memória da Fundação ArcelorMittal Brasil, Sabará (MG) - 06 de julho de 2015
- email de Marília Verdussen - 02 de junho de 2016
- email de Cid Arnaldo Andrade - 05 de junho de 2016
- SOARES, Ruth Villamarim; TRINDADE, Silvana Cançado; FALEIRO, Rodrigo. Construtores. Dicionário Biográfico de Construtores e Artistas de Belo Horizonte – 1894/1940. Belo Horizonte: Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, 1997, p. 263.
- http://proteuseducacaopatrimonial.blogspot.com.br/...
- http://www.estacoesferroviarias.com.br/...
- Dicionário biográfico de construtores e artistas de Belo Horizonte ; 1894-1940 / Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. – Belo Horizonte : IEPHA/MG, 1997. veja p. 236
- Guia de bens tombados IEPHA/MG / Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. – 2. ed. – Belo Horizonte: Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, 2014. 2 v. : il. ; 30,5 cm. - ISBN: 85-66502-02-7. (p. 59.)
- Foto em sépia : Museu Histórico Abílio Barreto, Belo Horizonte, CC.FOT.1897-010