Família Van Haute

Emile (Emilio) Philippe Van Haute nasceu no dia 20 de março de 1854 em Bruxelas. Seus pais viveram nessa cidade, na Allée des Gauffres, mais nasceram em Flandres. François Vanhaute, com profissão mecânico, em Ledeberg (20-11-1828), e a sua mãe Anastasie Verhoeven em Waasmunster (20-02-1825). Eles se casaram algumas meses depois do nascimento de Emile no dia 16-08-1854 em Bruxelas (acta n°. 776).

O que e onde Emile estudou e quando e por que ele emigrou para o Brasil, ainda são desconhecidos. Fato é que Emilio Van Haute trabalhou como administrador da São Paulo Railway e morava no Alto da Serra (SP). Emilio, junto com sue filho, Henrique, fizerem em 1908 uma grande viagem para Europa. O jornal Correio Paulistano de 11 de setembro de 1908 relatou sua volta em Santos onde uma grande comitiva, entre eles a Sra. Van Haute e Felippe Van Haute, os saudarem.

Emilio Van Haute era também acionista da Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais, com 16 ações e 3 votos, como mostra os relatórios de 1909 e 1910.

A importância do Emilio Van Haute pelo esporte columbófilo no Brasil

Emilio Van Haute foi eleito vice-presidente da Sociedade Colombophilia Brasil em 1908, anunciou o Jornal do Brasil de 29 de março de 1908. A importância do seu papel foi destacada na  A Gazeta (S. Paulo) de 1 de dezembro de 1931:

Inúmeras foram as importações de pombos das melhores origens, destacando-se as que foram feitas por Emilio Van Haute e João Hough, mais conhecedores do esporte de dos meios esportivos europeus. Assim, tivemos pombos da Bélgica, das regiões de Antuérpia e Liège, que eram as mais afamadas. Tivemos aves importadas do pombal de Berlim, de origem belga também.

Emilio Van Haute mantinha relações de amizade com diversos comandantes de navios da marinha mercante estrangeira que, nas suas passagens pelo porto de Santos e durante o tempo que o navio permanência fundeado, subiam em visita até à sua residência, no Alto da Serra, levando, constantemente lotes de pombos, ora presentes, ora encomendados por Van Haute. Predominavam na sua colina os atléticos "Wegges”, azues e perolas, os inteligentes “Grooters”, escuros ou pretos, com os característicos primitivos da raça uma pena ou pinta branca, raças essas serviram de base às melhores pombas do mundo.

A Bélgica é o berço do esporte columbófilo. Já no início dos anos 1800 aconteciam competições em Liège, Antuérpia e Gent. Da Bélgica, o hobby se espalhou pela Europa e, graça ao Emile Van Haute pelo Brasil. O esporte de pombos foi primeiro um fenômeno urbano. Começou por volta de 1800 em Liège. Em 1806, os habitantes de Liège viajaram para Lyon com os bicos curtos de Liège, onde os pombos foram soltos. A primeira associação de pombos da cidade de Liège remonta a 1815. Antuérpia foi um segundo núcleo do desporto columbófilo. O Barão Ulens esteve na base do pombo-correio belga ao cruzar um bico curto de Liège com o pombo de Antuérpia. Em 1826 foi fundada a primeira associação columbófilo em Bruxelas, nomeadamente a 'Libre d'Abéona'. Por volta de 1890 - o esporte de pombos penetrou no campo. A Associação Real Belga de Criadores de Pombos (KBDB) existe desde 1910 . Ao contrário da Holanda, os belgas não foram obrigados a matar seus pombos durante a Segunda Guerra Mundial. Lá os pombos foram evacuados apenas de algumas províncias. Foi diferente na Primeira Guerra Mundial, quando o esporte belga de pombos foi duramente atingido.

Não conhecemos a data do falecimento do Sr. Emílio. Deve ser depois de 1915. Nesse ano, seu nome aparece na lista de doadores para os belgas vitimas da guerra, informa o Correio Paulistano de 29 de janeiro de 1915.

Encontramos no Almanak Laemmert dos anos 1913 até 1915, 1921 e 1924 até 1926, as informações que Virginia Van Haute era professora, adjunta complementarista do Grupo Escolar Cornonel Siqueira Moraes em Jundiai e que um requerimento foi despachado da dona Henrigueta Van Haute. Não sabemos se houve uma relação familiar entre eles. Seus nomes não aparecem no anuncio do falecimento da sra. Thereza Van Haute, viúva do Emile (Emílio) Van Haute no dia 12 de fevereiro de 1930 na A Gazeta (SP) do dia seguinte. Dois filhos são mencionados: Henrique Van Haute, que nasceu no dia 4 de abril em 1884 em lugar desconhecido, engenheiro da São Paulo Railway, cassado com Emilia Sanderberg e Emilia Van Haute, viúva do Alberto Blumer. Ela deixou nove netos: Olga, Jeny, Irene, Clotilde, Affonso, Albertina, Sonia, Cora e Eucludes, e foi sepultada no cemitério da Consulação (SP).

O Correio Paulistano, do dia 13 de janeiro de 1938 menciona o falecimento do Henrique Van Haute. Os nomes da esposa Maria Eliza, são diferentes do anuncio na A Gazeta. Seus filhos eram Clotilde, Affonso, Albertina, Sonia, Cora e Eucludes. O enterro aconteceu no cemitério de São Paulo.