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Sverner, Lily (1934 - 2016)

, Antuérpia -
Sverner Lily
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Lily Sverner (Antuérpia, Bélgica, 27 de dezembro de 1934 - São Paulo, 29 de outubro de 2016). Fotógrafa. Chega ao Brasil em 1941, radicando-se inicialmente na cidade do Rio de Janeiro, e, posteriormente, em São Paulo. Formou-se em Artes Decorativas no Instituto Nacional das Artes (RJ) e pela Escola Enfoco de Fotografia (SP, 1973-1974). Faz estágio no International Center of Photography, de Nova York, em 1985. Tem papel importante na divulgação da fotografia como meio de expressão no Brasil ao criar em 1987, com André Boccato, a primeira editora exclusivamente dedicada à edição de livros de fotografia no país, a Sver & Boccato Editores, publicando Nair Benedicto, David Drew Zingg, J.R. Duran, Sebastião Salgado, entre outros. Em 1997, cria o Gabinete da Imagem, consagrado à comercialização da fotografia.

Dedica-se em paralelo a uma carreira como fotógrafa, que a levou a realizar seis exposições individuais e a ter seu trabalho incluído em diversas coletivas e no acervo de prestigiosas instituições internacionais. Seu trabalho foi incorporado ao acervo da Coleção Pirelli-Masp e do Museu da Imagem e Som (MIS) em São Paulo, do Instituto Moreira Salles (IMS) em Rio de Janeiro, da Maison Française, da New York University, da Fototeca de Cuba, em Havana, e do Kunsthaus de Zurich, que adquiriu uma série de fotos para sua coleção permanente.

Capa Livro SvernerÉ autora dos livros Fragmentos de uma paisagem urbana, de 1989; Virtudes da realidade, de 1995 e "Recortes do Olhar", de 1996.

Em 2016, a Galeria FASS organizou a exposição "Lily Sverner, Para ver sem Pressa" na cidade de São Paulo. Nesta ocasião, entrevistada por Antônio Gonçalves Filho, jornalista do "O Estado de S. Paulo" conta Lily “Embora tenha chegado ao Brasil com 7 anos, lembro de ter dado minha boneca, minha única posse, a um soldado, na estação do trem que nos levou para fora da Bélgica”. Ela vivia em Itatiba (SP), cidade imortalizada em suas fotos por causa da histórica série Nomes, feita entre 1989 e 1991 no asilo São Vicente de Paulo, um olhar amoroso sobre a reclusão dos idosos. As 473 imagens foram doadas ao Instituto Moreira Salles em 2005.

Na exposição da fotógrafa, que tem desde uma homenagem ao surrealista Salvador Dalí feita em 1980 a imagens registradas na Itália em 2006, foram incluídos exemplos de séries documentais conhecidas de Lily, como Chapéus (1992) (seu pai era dono de uma loja em Antuérpia) – que transforma uma fábrica de chapéus num cenário de filme noir – ou Padarias (1991), em que o banal – um pão por trás de uma vidraça quebrada – vira o excepcional numa composição de enquadramento morandiano.
Referências pictóricas são frequentes na fotografia de Lily. “Até mesmo por ter nascido na Bélgica, é natural que nomes como os dos surrealistas Delvaux e Magritte tenham inspirado algumas imagens”, observa a fotógrafa.

A obra completa de Lily Sverner é composta cerca de 8.000 imagens, prioritariamente em negativos preto e branco, mas não somente, e centenas de fotografias ampliadas e editadas pela fotógrafa. Seu trabalho e sua trajetória de vida, em especial em relação à diáspora de famílias de origem judaica que deixaram a Europa em função da perseguição e barbárie nazista e fascista, dialogam com a obra de outras importantes fotógrafas que atuaram em São Paulo no mesmo período, ou em períodos um pouco anteriores, como Hildegard Rosenthal, Alice Brill, Stefania Bril e Madalena Schwartz.

Lily Sverner faleceu em São Paulo no dia 29 de outubro de 2016. O seu acervo de fotos encontra-se no IMS .

Fontes

Foto: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/...

Lily Sverner Exposição Para ver sem pressa