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Casarão da Inovação Cassina
A Casa de Inovação Cassina é o mais novo centro de tecnologia digital do Brasil e o marco inaugural do Polo Digital de Manaus, em desenvolvimento no Centro Histórico de Manaus. Com 1.586 m2 distribuídos por 4 pisos, o Cassina é composto por vários tipos de espaços para fomentar a criatividade e reuniões formais/informais para o desenvolvimento desta nova economia: áreas multifuncionais, lounges, salas de reuniões, laboratórios, salas de formação, bem como um café/restaurante no último andar com vista privilegiada para o Centro Histórico e o Rio Negro.
Construídas em 1896 e em ruínas desde 1960, as três fachadas, degradadas por décadas e tomadas pela vegetação, geraram uma imagem poderosa que passou a fazer parte do imaginário dos habitantes de Manaus. A beleza da imperfeição da ruína suscita interesse, interroga e convida à reflexão sobre o passado e a ação do tempo e do homem na cidade e nos edifícios patrimoniais em geral. A preservação do estado arruinado das fachadas torna a intervenção um verdadeiro manifesto didático: o edifício é o último representante em Manaus de uma fachada com gesso pigmentado com pó de arenito vermelho local. Para tornar visível e tangível para as próximas gerações esta técnica construtiva única e paralisar a sua degradação, foram realizados minuciosos trabalhos de restauro (limpeza, estabilização, consolidação, proteção, etc.).
O projeto arquitetônico Casarão da Inovação Cassina — uma iniciativa do arquiteto e urbanista belga Laurent Troost de adaptação do patrimônio histórico em um ambiente de coworking — venceu a edição de 2022 de uma das premiações internacionais mais importantes para a arquitetura: o Prêmio Oscar Niemeyer de Arquitetura Latino-Americana.
O projeto Casarão da Inovação Cassina, além de criar ambientes corporativos no interior, também adicionou uma floresta tropical e uma estrutura de aço industrial dentro das ruínas. Ao abordar a história do edifício, o arquiteto conta que ele pode ser considerado uma síntese dos ciclos econômicos de Manaus, já que foi construído na época da borracha, passou pelo declínio da atividade, integrou a era do Distrito Industrial e, hoje, acolhe a nova economia digital.
O autor do projeto comemorou a premiação e o destaque que ela proporciona à cidade no quesito “arquitetura contemporânea”. “Essa premiação é muito importante para equipe e para cidade de Manaus, já que permite colocar Manaus no mapa da arquitetura contemporânea de qualidade a nível internacional. O prêmio mostra que a Amazônia, além de ser importante em conceitos ambientais e biológicos, tem relevância a nível cultural, histórico e arquitetônico”, disse Troost.
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