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Galeria Catuçaba em São Luís do Paraitinga

Location: 
, São Luís do Paraitinga - São Paulo

Esta galeria de arte foi concebida pelo arquiteto belga Sven Mouton. É como um “corredor das artes”, seguindo o significado original de uma galeria onde se caminha pela exibição, como no caso das passarelas cobertas ou galerias de centros da Europa medieval.  Está localizada entre a principal fazenda (estilo colonial português) e a oca, um espaço comunitário, construído por uma tribo indígena da Amazônia, onde originalmente várias famílias viviam juntas.

Galeria Catuçaba

O projeto da galeria une estes dois estilos diferentes. O design do exterior refere ao estilo colonial português, com suas paredes brancas e portas azuis, e o interior mostra um coração/núcleo indígena. A parte interna da galeria foi construída com bambu local e é aberta à natureza. A passagem estreita, os arcos e o pátio no meio referem-se aos antigos mosteiros e por este meio tenta invocar uma sensação divina. Uma pequena fonte situa-se no centro do pátio de onde a água corre de volta para o rio. O nível do chão de um lado estende-se do edifício e parcialmente flutua sobre o rio dando ao visitante a capacidade de olhar para a Galeria de Arte à distância. A galeria é totalmente baseada na proporção áurea – a largura e a altura das diferentes partes correspondem às regras definidas pelos arquitetos gregos e romanos como Vitruvius. Ela deveria ser uma construção humilde que se encaixa no estilo colonial do entorno, mas que também se refere à oca nas proximidades. Um rosto Português com um coração indígena. Desde que a arte pode ser considerada sagrada, a linguagem espiritual em da arquitetura de mosteiros foi usada para abrigar as exposições. No sentido original, uma galeria é um passeio coberto ou uma passagem estreita e parcialmente aberta ao longo de uma parede. Ela deriva da palavra ‘galerie’ do francês antigo, "um longo pórtico", O termo galeria como "edifício de arte" foi usado pela primeira vez na década de 1590.

Galeria Catuçaba

Um telhado plano de 2,9 m de altura foi previsto para evitar desnecessariamente elevar a estrutura e a manter num perfil baixo, oferecendo protagonismo à fazenda e à oca. Três palmeiras de 30 metros de altura existentes estão integradas no projeto e uma destas árvores perfura o teto. A galeria é quase quadrática (11 x 15 m), com uma passagem de 2,10 m de largura.  A planta é dividida em 15 quadrados de 2,10 m x 2,10 m e cada quadrado, exceto os dois últimos, tem uma porta centralizada no meio. As colunas são colocadas fora desses quadrados em uma base de aço corten e pedra azul. As paredes consistem de tijolos reutilizados com uma argamassa de cal do lado de fora. No interior, os tijolos foram mantidos aparentes. Para a estrutura, os colmos de bambu,  Phyllostachys Aurea de 50mm de diâmetro foram utilizados. Somente para os arcos uma espécie local (Bambusa Tuldoides Munro) foi usada.

Galeria Catuçaba

https://www.archdaily.com.br/br/906020/galeria-de-arte-catucaba-cru-architects

Fotos: Nelson Kon