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Busto Barão Homem de Mello (Pindamonhangaba)

Location: 
, Pindamonhangaba - São Paulo
Pindamonhangaba Homem de Mello
Material: 

Barão Homem de MelloEm Pindamonhangaba, no Jardim da estação da Central do Brasil também conhecido como Praça Barão Homem de Mello em frente ao colégio Pujol, existe um busto do Dr. Francisco Inácio Marcondes Homem de Mello de autoria de Adrien Henri Vital van Emelen (Louvain, Bélgica, 1868 / São Paulo, 1943). A estátua foi erguida para celebrar o 100º aniversário do nascimento do Barão Homem de Melo em 1937. A sua inauguração aconteceu no dia 1° de maio de 1937. O jornal Tribuna do Norte, órgão do partido republicano paulista publicou no mesmo dia um artigo extenso sobre o Barão e o busto a ser inaugurado sem mencionar o nome do artista que o esculpiu.

Como van Emelen obteve este pedido, ainda não é conhecido. Possivelmente foi através de Affonso d'Escragnolle Taunay, diretor do Museu Paulista. van Emelen trabalhou para este museu. Taunay escreveu em 07 de janeiro de 1918 uma carta de condolências para a Baronesa Homen de Mello. É certo que van Emelen conheceu Pindamonhangaba. Sua filha Marie-Louise (Bélgica, 1908/02/28 - São Paulo / SP, 1992/06/07), casou-se em 31 de dezembro de 1929 com o advogado Dr. Nicolau Giudice (1901/02/01 -. São Paulo / SP, 1955/08/30), filho da viúva Jose Giudice com endereço em Pindamonhangaba.

Ata 23-11-1936

Há menção do busto nas atas da Câmara de Pindamonhangaba. A ata da 19ª sessão do dia 23 de novembro de 1936 menciona o ofício do Sr. Presidente da Academia de Letras de São Paulo, comunicando que a mesma pretende comemorar a 1 de maio próximo, o centenário do nascimento do grande Paulista, Francisco Ignácio Marcondes Homem de Mello com a colocação de uma "herma com o busto de Homem de Mello", em uma das praças desta cidade e de uma placa de mármore no frontal da casa onde o mesmo nasceu. A Câmara resolveu com satisfação solidarizar-se com esta justa homenagem, e, que o Sr. Prefeito providencie sobre as solenidades a realizar-se por ocasião do centenário do ilustre conterrâneo, dando-lhe ciência das providencias a serem tomadas. ... a Câmara daria o busto para a herma e a Academia, a placa comemorativa que seria colocada na sala de Sessão do Paço Municipal, visto não haver mais o prédio em que nasceu o homenageado. Infelizmente não houve menção nas atas sobre quem realizará o busto, em qual material deveria ser feito, nem sobre o sue valor.

Busto Homem de Mello Adrien van EmelenFrancisco Inácio Marcondes Homem de Melo, primeiro e único barão de Homem de Melo, (Pindamonhangaba, 1 de maio de 1837 — Campo Belo, 4 de janeiro de 1918) foi um político, escritor, professor, cartógrafo e nobre brasileiro.

Filho de Francisco Marcondes Homem de Mello, segundo Barão de Pindamonhangaba, Francisco Inácio representa um modelo atípico do político do período por enveredar pelo terreno da erudição histórica e geográfica, fato que marcou sua carreira política de forma notória, influenciando sua memória futura.

A vida, política e administrativa de Homem de Mello, é inteiramente envolvida com a interpretação da história e da geografia do Brasil, com análises que vão da época da Colônia, do Império até os anos inicias da República.

Em 1882, por exemplo, auxiliou o organizador do Atlas do Império do Brazil, Claudio Lomellino de Carvalho e, em 1909, editou o Atlas do Brasil. Ambas as obras resultam da coleta de materiais cartográficos inéditos, realizada por Homem de Mello quando foi encarregado de administrar as então províncias, respectivamente: em 1864, presidente da Província de São Paulo; em 1865 do Ceará; em 1867 do Rio Grande do Sul, e em 1878 da Bahia.

Foi diretor do Banco do Brasil em dois períodos, e ainda Inspetor da Instrução do Rio de Janeiro, cargo cumulado ao de presidente da Cia. Estrada de Ferro Rio - São Paulo (Estrada de Ferro D. Pedro II). Foi enquanto presidente desta que recebeu o título de Barão, quando da inauguração da linha entre São Paulo e Cachoeira Paulista.

Em 1880 integrou o Gabinete Saraiva, como ministro de negócios do Império.

Barão Homem de Melo foi combativo abolicionista. Apesar de favorável à causa, não fez-se republicano - o que provocou seu afastamento da política, quando da mudança de regime.

Em 1917 o Barão foi eleito para a Academia de Letras de São Paulo, mas não chegou a tomar posse, pois faleceu antes disso.

A D H Van Emelen

Fotos: Marc Storms, dezembro 2014