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Estrutura de ferro da Cúpula Banco Central do Brasil (Rio de Janeiro)
O prédio na Avenida Rio Branco 30 (antiga Avenida Central), no centro da cidade do Rio de Janeiro, é um dos sobreviventes das antigas belas construções, entre elas o Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional e o Museu Nacional de Belas Artes. Foi inaugurado em 14 de novembro de 1906.
O prédio serviu sucessivamente à Caixa de Conversão (1906/1913), Caixa de Estabilização (1926/1930), foi sede provisória do Ministério da Fazenda (1934/1943), abrigando inclusive o gabinete do Ministro e na década de 60 é finalmente absorvido pelo Banco Central. Hoje, no local, funciona o Departamento de Meio Circulante (Mecir) e o dístico “Caixa de Amortização” foi substituído por “Banco Central do Brasil”.
Em 1973, o edifício foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com a seguinte descrição sucinta do edifício: No projeto colaboraram o engenheiro Gabriel Junqueira, o desenhista Américo de Castro e outros técnicos de alto nível. O revestimento externo da fachada, em cimento, é de responsabilidade do arquiteto Heitor de Mello - autor de alguns dos melhores projetos da época. Construção requintada, insere-se no período da arquitetura eclética, apresentando feição classicizante. Possui a parte central de sua fachada voltada para praça circular aí existente. As molduras e cornijas da fachada térrea, em cantaria, obedecem à ordem jônica. Trinta e quatro colunas coríntias em mármore branco de Carrara formam a colunata, com os dados e entablamento em mármore de Verona, com bases, capitéis e molduras da arquitrave, friso e cornija de bronze dourado. O edifício é coroado por um ático de balaustrada de mármore de Verona, tendo um passadiço metálico praticável nas quatro fachadas. No friso frontão da Avenida lê-se o dístico "Caixa de Amortização", em letras monumentais de bronze dourado. As duas alas que acompanham os dois logradouros principais se articulam através de um corpo central, onde se localizam os vestíbulos de entrada e um saguão de distribuição. O interior é coroado por uma rotunda decorada por painéis de mosaicos dourados.
No interior há uma cúpula de vidro com estrutura metálica fabricada pela empresa belga Braine-le-Comte, informa o Guia da arquitetura eclética no Rio de Janeiro. Esta mede cerca de 14 metros e foi provavelmente importada pela empresa Van Erven & Cia, engenheiros e importadores, com sede na Rua Theophilo Ottoni 74, Rio de Janeiro. Ela representava a S.A. Usines de Braine-le-Comte como confirmam diversos anúncios, por exemplo, em O Jornal de 9/11/1924 e Correio da Manhã de 11/08/1929.
Uma passarela interna com uma lindíssima balaustrada em ferro fundido e suportes também de ferro, facilita a circulação dentro do prédio.
Fontes:
- Fonte Guia da arquitetura eclética no Rio de Janeiro 2000, p. 18
- http://www.bcb.gov.br/pre/Historia/HistoriaBC/caixa_amortizacao.asp?idpai=HISTORIABC
- http://www.numismaticarp.com/textos-sobre-numismatica-geral/predio-da-antiga-caixa-de-amortiza%C3%A7%C3%A3o-icone-historico-e-numismatico/
Texto e fotos: Marc Storms, junho de 2016