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Teatro e Cassino Parque Balneário (Santos)

Location: 
av. Ana Costa, esquina de av. Presidente Wilson, Santos - São Paulo
Tipologia: 

Em 8 de julho de 1922 começava a funcionar o cassino Parque Balneário, construído na quadra final da Avenida Ana Costa, no bairro do Gonzaga, Santos, - no mesmo terreno defronte ao do hotel Parque Balneário. O cine-teatro previsto para esse local, entretanto, só seria inaugurado em 30 de setembro de 1923. A sua construção está correlacionada com os benefícios concedidos pela lei municipal no 635, de 16 agosto de 1920, que [...] dá aos snrs. Luiz Suplicy, dr. Roberto Cochrane Simonsen, dr. Antônio Assunção e Achilles F. Israel, concessão pelo prazo de 20 anos para construção de um teatro e cassino nos terrenos de sua propriedade. Roberto Cochrane Simonsen era diretor da Companhia Construtora de Santos.

Teatro e Cassino Parque Balneário SantosNão há registro de um profissional específico à frente da elaboração do projeto, além da habitual indicação nos desenhos da autoria para Companhia Construtora de Santos. Até o momento, as ações projetuais da empresa estavam sob a direção dos arquitetos Alberto Monteiro de Carvalho e Silva e o belga Jules Mosbeux. A saída de Monteiro de Carvalho da Companhia , em 1919, um ano antes do início das obras, certamente irá prover maior responsabilidade profissional a Mosbeux, como destacado arquiteto da Companhia no momento. Essa condição o reposiciona, a partir de 1921, para estar à frente dos projetos no Escritório Central em São Paulo, o principal setor de operações da empresa. É presumível supor que a vinda para a Construtora de outros arquitetos de origem belga, Philibert Schomblood e Ernest Chaineux à convite de Mosbeux. Em 1920, ambos compartilhavam o espaço do Escritório Técnico de Santos, na praça Visconde de Mauá, 25. Tais informações permitem deduzir sobre a participação de Jules Mosbeux, com a possível colaboração de Ernest Chaineux e Philibert Schomblood na concepção do projeto do Teatro e Cassino Parque Balneário, escreve Gino Caldatto Barbosa.

O programa proposto distribui três equipamentos distintos em um edifício: cassino, teatro e espaço para dança e patinação, organizados linearmente e com acesso independente. Em uma versão do projeto, o terraço inicialmente teria, de um lado, a cabine cinematográfica contrapondo com o bar e orquestra na face oposta. Do amplo “terraço aberto para o mar”, que teria capacidade para reunir mil pessoas, constrói-se pouco menos da metade da área idealizada. O espaço do cassino fica organizado na parte posterior do conjunto arquitetônico. Salões de jogos, bilhares e bar compõe essencialmente os ambientes desse núcleo do edifício. O interior se assemelha com o de outro edifício construído pela Companhia, a sede do Jóquei Clube, contemporâneo ao Teatro Cassino.

Teatro e Cassino Parque Balneário Santos

Em funcionamento, o Teatro Cassino Parque Balneário permaneceu sob a administração da empresa V. Fernandes e Cia., do Rio de Janeiro. Para obter receita permanente diversificou as atividades para além dos espetáculos teatrais. No palco do teatro sucederam eventos musicais, palestras e até luta de boxe. O empreendimento orçado em 1,2 mil contos de réis, propagado por Simonsen como o teatro mais moderno do país a principal casa de diversões da cidade incrivelmente teve um destino em nada grandioso com seus propósitos. Adquirido pela Companhia Atlântico Hotel Teatro Cassino, em 1928 inaugura as instalações hoteleiras na área do rink de patinação e do terraço, mantendo o teatro e cassino como equipamento integrado, até ser consumindo definitivamente até meados do século 20.

Texto elaborado por Marc Storms, baseado na tese (doutorado) do Gino Caldatto Barbosa "TRABALHO MODERNO: A Construtora de Roberto Simonsen" (USP - São Pulo, 2020) e no site https://www.novomilenio.inf.br/santos/h0121j.htm 

Imagens: tese (doutorado) do Gino Caldatto Barbosa