Você está aqui
Colônia belga em Itaetê - Bahia
Em 1921, o brasileiro Cassiano Martins vendeu a sesmaria “Iguaçu”, situada no município de Andaraí (BA), a um grupo belga que mudou a denominação para “Agrícola de Una S/A”. A empresa, fundada em 28/06/1922, pertencia a família belga de sobrenome Snoeck, original de Liège. A empresa tem atualmente a sede em Salvador, BA. Sua principal atividade econômica era e é a criação de bovinos para corte.
Uma cartaz reproduzida no site Viaje com Norma menciona que o sonho era fundar uma colônia de cultura belga no interior da Bahia. Com esta finalidade, trouxeram padres, engenheiros, médicos e professores. Formou-se uma colônia, com escolas, igrejas, casas para os colonos e trabalhadores, estruturas produtivas de pecuária e até mesmo um pequeno hospital. ... Infelizmente, após alguns anos, o Sr. Gustavo Snoeck adoeceu e faleceu. Vítima da febre amarela. Coube a sua esposa, Marie Louise Snoeck, cuidar de uma propriedade de tamanho aproximado do estado de Sergipe, com ajuda dos seus três filhos: Gustavo, André e Ginette.
Informa Lísias Azevedo, no seu blog Itaeté refletida nas águas doce do Rio Paraguaçu Vale ressaltar que, o interesse principal dos belgas eram os diamantes, que de forma sub-reptícia as gemas preciosas eram enviadas para a Europa.
Esta informação é confirmada pelos anúncios no Jornal do Brasil de 1931 e no Almanak Laemmert de 1934 que Edmond Snoeck era proprietário de um loja de joias e pedras preciosas na Avenida Rio Branco, no então capital de Rio de Janeiro. Em 1938 a loja mudou-se para a Rua do Ouvidor. Seu nome aparece no relatório extenso sobre o negócio de diamantes publicado no O Observador Econômico e Financeiro (RJ) 1938 – ed. 25. Ainda não descobrimos a parentesco entre Edmond e Gustavo Snoeck.
O prolongamento da linha de ferro até a pequena localidade “Tamanduá”, motivou o desenvolvimento da colônia. Formou-se um novo núcleo populacional. Mais tarde mudou-se a denominação para Itaeté / Itaetê. O topônimo, de origem indígena, significa “pedra duríssima”. Em 1961 foi desmembrado de Andaraí.
Por volta de 1950 o filho Gustavo Roberto Louis Chretien Marie Snoeck, enquanto caçava uma onça que ameaçava o gado da fazenda, descobriu uma caverna selvagem que abrigou uma lagoa com água azul turquesa. Foi batizado o Poço Encantado, e é, atualmente, considerado um dos pontos turísticos mais divulgados e visitado na chapada diamantina. Tem 110 metros de comprimento e 70 metros de largura e 65 metros de profundidade.
Pesquisa: Marc Storms, setembro de 2025.
PS. A origem desta pesquisa foram informações recebidas do Cônsul belga de Rio de Janeiro, Emmanuel De Groof.
Fontes: