Mosbeux, Jules

Ainda sabemos muito pouco sobre o arquiteto belga Jules Mosbeux. Gostaríamos de convidar os leitores para nos enviar informações adicionais.

Em 1914, o Escritório Técnico da Companhia Construtora de Santos contratou o arquiteto belga Jules Mosbeux, a “cargo de quem estão os estudos das fachadas e detalhes arquitetônicos das construções da Companhia”. Em 19 de maio de 1917, seu contrato de locação de serviços foi extenso pelo prazo de três anos. A saída de Alberto Monteiro de Carvalho em 1919, alça Mosbeux, considerado o mais destacado profissional da área na empresa, ao posto de principal arquiteto da empresa. Colocação que o credenciava para elaborar o projeto para a Bolsa de Café, trabalho mais relevante do portfólio da Companhia Construtora até o momento.

Essa condição o reposiciona, a partir de 1921, para estar à frente dos projetos no Escritório Central em São Paulo, o principal setor de operações da empresa. Em função dos inúmeros escritórios instalados em cidades onde, na década de 1920, a Companhia Construtora opera as obras dos quartéis, a equipe do pessoal superior responsável pela direção e administração dos trabalhos de Arquitetura e Engenharia é renovada e ampliada. São constituídos por dezenas de arquitetos e engenheiros, alguns dos quais estrangeiros. É presumível supor que Mosbeux foi responsável pela vinda para a Construtora de outros arquitetos de origem belga, Philibert Schomblood (1894–1969) e Ernest Chaineux (1886–1962). Esses arquitetos foram incorporados aos quadros da empresa no ano de início dos trabalhos da Bolsa de Café mas permanecem pouco tempo no Brasil. Schomblood retorna à Bélgica em 1921 e Chaineux, em 1923, estava em Bruxelas, onde colabora no desenvolvimento dos planos para a Universidade Livre desta cidade. Em 1920, ambos compartilhavam o espaço do Escritório Técnico de Santos, na praça Visconde de Mauá, 25.

Jules Mosbeux foi o que mais tempo permanece na empresa Companhia Construtora de Santos, cerca de dez anos.

Texto elaborado por Marc Storms, baseado na tese (doutorado) do Gino Caldatto Barbosa "TRABALHO MODERNO: A Construtora de Roberto Simonsen" (USP - São Paulo, 2020)