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Edifício Grupo Escolar de Pindamonhangaba
Para o funcionamento do grupo escolar de Pindamonhangaba, foi alugado pela Câmara Municipal um prédio da Praça Cornélio Lessa. No dia 24 de janeiro de 1895 foi instalada a escola e como este prédio não comportava grande número de alunos, a seção feminina foi instalada em separado, acontecendo mais tarde a união das duas seções.
O novo edifício, que foi inaugurado em 6 de dezembro de 1901, foi construído a partir de um mesmo projeto de pavimento único concebido pelo engenheiro-arquiteto belga José Van Humbeeck para construção de conjunto de 7 escolas.
Prédio térreo instalado em espaçoso lote de esquina e ajardinado no recuo da calçada. A fachada tem janelas ovais, com frontão neoclássico sobre a porta central, que é acessada por escadaria e ladeada por gradis de ferro. O projeto conta com pátio interno, dez salas de aulas e pinturas decorativas.
É uma das integrantes de conjunto de 126 escolas públicas construídas pelo Governo do Estado de São Paulo entre 1890 e 1930 que compartilham significados cultural, histórico e arquitetônico. Essas edificações expressam o caráter inovador e modelar das políticas públicas educacionais que, durante a Primeira República, reconheceram como inerente ao papel do Estado a promoção do ensino básico, dito primário, e a formação de professores bem preparados para tal função. Quanto às políticas de construção de obras públicas, são representativas pela estruturação racional de se instalar edificações adequadas ao programa pedagógico por todo o interior e capital do Estado.
Destaca-se a qualidade do conjunto caracterizado pela técnica construtiva simples, consolidando o uso de alvenaria de tijolos e por uma linguagem estilística que simplificou os atributos da tradição clássica acadêmica. A organização espacial era concebida incorporando preceitos e recomendações de higiene, insolação e ventilação previstos na cultura arquitetônica que vinha se firmando desde o século XIX. O programa pedagógico distribuía essencialmente salas de aulas ao longo de eixos de circulação em plantas simétricas. Aos poucos se firmaram em projetos arquitetônicos padronizados que se repetiam com pouca ou nenhuma variação em mais de um município.
A escola tem hoje o nome "E.E. Dr. Alfredo Pujol".
Fonte: Patrimônio escolar: uma saga republicana / Margarita Cintra Gordinho. - São Paulo: Terceiro Nome, 2013.