A Estrada de Ferro Tocantins (EFT) foi uma ferrovia brasileira localizada no estado do Pará. Esteve em operação de modo sazonal entre 1908 e 1939, e interruptamente entre 1939 até 1973, sendo extinta através de um decreto federal.
A Estrada de Ferro Tocantins foi construída para complementar a navegação fluvial, ao longo das cachoeiras da região entre Tucuruí e Marabá, ligando as seções navegáveis do rio Tocantins. Foi planejada inicialmente para dar suporte a navegação, cobrindo todos os trechos com corredeiras e cachoeiras aos longo dos rios Tocantins, Araguaia e das Almas. Concluída em 1944, no período áureo do ciclo da castanha, operou por 29 anos interruptamente, quando foi extinta para que sua área de abrangência fosse submersa pela Hidrelétrica de Tucuruí.
Com aproximadamente 120 km de extensão a ferrovia tinha seis estações: Alcobaça, Mestre Leopoldino, Breu Branco, Pucuruí, Remansão e Jatobal.
Pelo Decreto 9.405 de 21/03/1885 foi dada a concessão a José Negreiros de Almeida Sobrinho para construir uma estrada de ferro entre Alcobaça (hoje Tucuruí), no Pará, e Boa Vista, em Goiás, com garantia de juros de 5% sobre o capital máximo de 16 mil contos de réis.
É formada a “Companhia de Viação Férrea e Fluvial do Tocantins Araguaia”, cessionária do privilégio e mais favores, concedidos pelo Decreto do Governo Provisório n. 862 de 16 de outubro de 1890, ao General Joaquim Rodrigues de Moraes Jardim.
Em 1905 a Companhia conseguiu um empréstimo no exterior para dar cumprimento ao seu contrato de construção, cujos trabalhos foram iniciados nesse mesmo ano, pela empresa concessionária, Companhia de Estradas de Ferro do Norte do Brasil.
No ano 1908 foram reiniciados os trabalhos de construção. Em 24 de Dezembro de 1908 foi inaugurado o primeiro trecho de 43 km, de Alcobaça a Breu Branco, compreendendo a estação de Arumateua. Havia 5 locomotivas, 2 vagões de passageiros de 1ª classe, 1 vagão de passageiros de 2ª classe, 1 vagão dormitório de inspeção, 1 vagão de bagagem e correio, 12 vagões plataforma, 4 vagões fechados para mercadorias, 1 vagão guindaste, 5 gôndolas, 11 tróleis, além de vagões e trilhos "decauville" e 1 guindaste de 12 toneladas. Todo o material das oficinas já se encontrava em Alcobaça, e em parte montado.
Conforme uma notícia no jornal francês "L'Étoile du Sud", impresso no Rio de Janeiro, no dia 6 de novembro de 1908, o material foi comprado na Bélgica, enviado para Camela (deve ser Cametá) e Alcobaça, no Pará, e que ainda está em caixotes. As superestruturas de metal de pontes ainda estão sofrendo em Belém do Pará.
No Relatório do Ministério da Viação e Obras Públicas de 1910 encontramos na página 243 a prova que a companhia dispõe de duas locomotivas de 25 toneladas do fabricante Societé St. Leondard, Bélgica.
Fontes: